PF investiga se “Abin paralela” usou ferramenta para invadir computadores
A Polícia Federal está investigando se uma suposta “Abin paralela”, ligada ao governo do presidente Jair Bolsonaro, usou uma ferramenta para invadir computadores de opositores políticos. A investigação foi aberta após a divulgação de um relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que identificou a utilização de uma ferramenta chamada “Pegasus” para espionar celulares de políticos, jornalistas e empresários.
O Pegasus é um software espião desenvolvido pela empresa israelense NSO Group. Ele pode ser usado para acessar remotamente os dados de um dispositivo, incluindo mensagens, fotos, contatos e localização. A ferramenta é vendida para governos e autoridades policiais, mas também é usada por grupos criminosos e hackers.
A PF está analisando se a “Abin paralela” usou o Pegasus para invadir os computadores de opositores políticos. A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, em Brasília.
A “Abin paralela” é um grupo de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que teriam sido afastados da agência após a eleição de Bolsonaro. O grupo teria sido criado por aliados do presidente para realizar atividades de inteligência de forma independente da Abin.
A existência da “Abin paralela” foi revelada pelo jornal “O Globo”, em dezembro de 2022. O jornal publicou uma reportagem afirmando que o grupo teria sido criado em 2019, com o objetivo de monitorar opositores políticos e jornalistas.
Bolsonaro e seus aliados negam a existência da “Abin paralela”. O presidente afirmou que a reportagem do “O Globo” é uma “fake news”.
A investigação da PF sobre a utilização do Pegasus pela “Abin paralela” é um caso grave que pode ter implicações políticas importantes. Se for comprovado que o grupo usou o software espião para espionar opositores políticos, isso pode representar uma violação da Constituição e dos direitos humanos.