A União Europeia (UE) recebeu em 2023 mais de 1 milhão de novos pedidos de asilo, um aumento de 20% em relação ao ano anterior, aproximando-se dos picos de 2015 e 2016, informou nesta segunda-feira (25) o Eurostat. Ao todo, foram 1.048.900 pedidos feitos em 2023. Este é o terceiro ano consecutivo em que é registrado aumento no número de pedidos de proteção política em países do bloco. Após uma queda considerável em 2020, os números aumentaram por três anos consecutivos, quase atingindo os picos registrados em 2015 e 2016 após a guerra na Síria.
Desde 2013, a Síria vem sendo o país com mais solicitações enviadas. No ano passado, foram 183.000 novos pedidos feitos por cidadãos de nacionalidade síria, representando 17% do total. O país está em guerra há 14 anos e, por conta disso, enfrenta uma das mais graves crises de deslocamento humanitário no mundo. Mais de 13 milhões de pessoas fugiram da Síria ou foram para outras regiões dentro de suas fronteiras. Em segundo lugar no levantamento da Eurostat, está o Afeganistão (com 10% do total de novos pedidos), seguido pela Turquia (com 9%), Venezuela e Colômbia, que representam 6% das solicitações cada uma.
Em relação ao destino, a Alemanha foi o país dentro da União Europeia que mais recebeu pedidos de proteção internacional pelo terceiro ano seguido. Foram 329.000 solicitações enviadas ao país em 2023, representando um terço do total.
Em seguida na lista aparecem Espanha (com 160.500, 15%), França (com 145.100, 14%), e Itália (com 130.600, 12%).
Esses dados ilustram um cenário antecipado pela proposta de reforma do pacto de migração e asilo, abordado no fim do ano passado. Na ocasião, embaixadores da União Europeia chegaram a um acordo sobre regras para enfrentar futuras crises migratórias no bloco. Um dos objetivos seria justamente regular a chegada de um grande número de migrantes nos países da UE, como aconteceu durante a crise dos refugiados sírios, há oito anos. O pedido de asilo político é um direito voltado a pessoas “que estão em fuga de perseguição ou ofensa grave no seu país de origem”, conforme texto do Parlamento Europeu, com base na Convenção de Genebra de 1951, que trata de direitos aos refugiados.