O Ministério de Relações Exteriores da Venezuela publicou uma nota nesta terça-feira (26) em resposta ao posicionamento brasileiro sobre as eleições venezuelanas. Os venezuelanos consideram o pronunciamento oficial do Brasil como intervencionista, “cinzento e parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos” .
Na segunda-feira, encerrou-se o prazo para que os candidatos à presidência da Venezuela se inscrevessem no Conselho Nacional Eleitoral. A principal frente de oposição não conseguiu protocolar o nome de sua candidata, Corina Yoris. O Ministério de Relações Exteriores brasileiro divulgou um texto sobre o impedimento à candidatura de Corina Yoris, afirmando que o governo Maduro age de forma “não compatível” com o Acordo de Barbados, mediado pela Noruega e que contou com a participação brasileira em busca de um processo eleitoral limpo no país vizinho. A nota do Itamaraty observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial .
Além disso, a Venezuela reagiu afirmando que tem mantido “uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações de amizade com o Brasil” e que não emite juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem no Brasil. Eles exigem “respeito ao princípio de não interferência em assuntos internos e em nossa democracia”, que eles mesmos chamam de “uma das mais robustas da região” .
As eleições na Venezuela estão marcadas para 28 de julho, e o atual presidente, Nicolás Maduro, buscará o terceiro mandato, que pode levá-lo a 18 anos no poder. A oposição enfrentou restrições no sistema online do Conselho Nacional Eleitoral, e, por isso, não conseguiu registrar a candidatura de Corina Yoris .