Os vereadores de São Paulo decidiram homenagear a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, mesmo após uma decisão judicial que proibiu o uso do teatro para essa cerimônia. O desembargador Martin Vargas, da 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou um recurso com tutela antecipada solicitado pela deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) e pela ativista Amanda Paschoal. Eles contestaram o uso do espaço público para um evento de ordem política, argumentando que isso fere a proposta artística e cultural do local e a legislação brasileira.
Apesar da proibição, os vereadores realizaram o evento na noite de segunda-feira. O mestre-de-cerimônias afirmou que a sessão estava ocorrendo sem desrespeito à ordem judicial. A ex-primeira-dama foi ovacionada ao entrar, e o ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Ricardo Nunes também participaram da homenagem.
O vereador Rinaldi Digilio, autor da proposta de conceder o título de cidadã paulistana a Michelle Bolsonaro, decidiu pagar do próprio bolso o aluguel do espaço para evitar questionamentos sobre danos ao erário público. A Câmara Municipal recorreu da decisão do TJ e continuará discutindo judicialmente sobre a liminar. Argumentam que é comum a realização de sessões solenes fora do Palácio Anchieta, e nesta legislatura já foram realizados 40 eventos do tipo em endereços externos.
Em resumo, a homenagem a Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal gerou polêmica e desobedeceu à decisão judicial, com o vereador assumindo pessoalmente os custos do aluguel do espaço.