Google Maps e a Mudança do Nome do Golfo do México para "Golfo da América" nos EUA
Em 27 de janeiro de 2025, o Google anunciou que irá alterar o nome do Golfo do México para “Golfo da América” em sua plataforma Google Maps, mas essa alteração só será visível nos Estados Unidos quando for oficialmente adotada pelos órgãos governamentais do país. Essa mudança está diretamente ligada à uma ordem executiva assinada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, que, antes de assumir o cargo, havia prometido rebatizar o golfo como uma questão de justiça e também para dar a ele um nome que considerava mais bonito. A nova nomenclatura só será aplicada no Google Maps dos EUA, enquanto usuários de outros países continuarão a ver o nome Golfo do México, a menos que o país de origem tenha uma designação oficial diferente para o local.
Contexto da Mudança
A decisão de Trump de alterar o nome do golfo remonta ao seu discurso de campanha e à ordem executiva assinada em 20 de janeiro, no dia de sua posse. Trump justificou a mudança ao afirmar que o Golfo do México sempre foi uma artéria comercial essencial para os Estados Unidos, destacando sua importância estratégica. De acordo com ele, o novo nome refletiria melhor o papel geopolítico da região e a relação com o comércio e a indústria marítima do país. A mudança ocorre em um momento em que as tensões sobre a nomenclatura geográfica e o simbolismo das denominações se tornam cada vez mais relevantes.
Política de Nomenclatura do Google
A gigante tecnológica Google explicou, em uma postagem nas redes sociais, que adota uma prática consolidada de atualizar os nomes geográficos em seus serviços, como o Google Maps, de acordo com fontes oficiais do governo dos EUA. Essa atualização será feita automaticamente quando o Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) dos EUA for modificado. A política do Google visa garantir que usuários de diferentes países vejam os nomes locais oficiais de acordo com as normas de cada nação, enquanto os usuários fora dos EUA verão tanto o nome tradicional (Golfo do México) quanto o nome alterado (Golfo da América) caso o país onde estão localizados não tenha uma designação oficial distinta.
Reações e Implicações Internacionais
Embora a mudança seja exclusiva para o território dos EUA, ela gerou reações internacionais. A presidente do México, Claudia Scheinbaum, minimizou a ordem executiva de Trump, declarando que a alteração teria validade apenas para o território dos EUA. Para o México e outros países, a região continuará sendo chamada de Golfo do México. Além disso, a comunidade internacional provavelmente continuará a se referir à região de acordo com sua tradição geográfica.
Essa mudança também traz à tona questões relacionadas à identidade cultural e à percepção global. O nome tradicionalmente usado, Golfo do México, tem raízes históricas e é amplamente reconhecido no contexto geopolítico global. A alteração proposta por Trump pode ser vista como uma tentativa de reforçar a soberania dos EUA sobre a região, mas também como um reflexo das tensões diplomáticas que podem surgir a partir de mudanças de nomenclatura impostas unilateralmente por um país.
Comparação com Outras Mudanças de Nomenclatura
Essa situação lembra a polêmica envolvendo a montanha Denali no Alasca, anteriormente conhecida como Monte McKinley. Em 2015, o presidente Barack Obama reverteu a denominação ocidental do pico para o nome tradicional dos nativos americanos — Denali. No entanto, o presidente Trump em 2017, logo após assumir, determinou que o nome Monte McKinley fosse restabelecido. Isso gerou discussões sobre a legitimidade das denominações geográficas e o papel das tradições culturais na definição de nomes de locais emblemáticos.
A alteração do nome do Golfo do México para “Golfo da América” no Google Maps, caso adotada oficialmente pelos EUA, refletirá não apenas uma mudança geográfica, mas também um símbolo da crescente polarização política sobre questões de identidade nacional e geopolítica. A iniciativa de Donald Trump levanta questões sobre a influência de nomes geográficos na percepção global e no relacionamento entre países vizinhos. Enquanto isso, o Google se mantém fiel à sua prática de seguir a nomenclatura oficial dos países, garantindo que usuários em todo o mundo vejam as designações geográficas conforme os respectivos contextos locais.