Bolsas dos EUA derretem até 10% em semana de 'tarifaço' de Trump e retaliação da China

 A Nova Tempestade Financeira: O Impacto das Tarifas Trump-China nas Bolsas Globais

As bolsas de valores dos Estados Unidos enfrentaram nesta semana um dos seus momentos mais turbulentos desde a pandemia de 2020. O gatilho? A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, intensificada pela retaliação de Pequim às tarifas impostas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. O impacto foi severo, arrastando os principais índices acionários norte-americanos para quedas que beiram os dois dígitos — algo raramente observado fora de grandes crises financeiras.

Desempenho dos Principais Índices

Na semana em análise, os três principais índices de Wall Street despencaram de forma significativa:

  • Dow Jones: queda semanal de 7,86%, com recuo de 5,50% somente na sexta-feira (4).

  • S&P 500: perdas acumuladas de 9,08%, após cair 5,97% no último pregão da semana.

  • Nasdaq: o mais afetado, com retração de 10,02% na semana, sendo 5,82% somente na sexta.

A magnitude das quedas reacendeu o alerta entre investidores, especialmente pela forte correlação com eventos geopolíticos e comerciais, e não apenas com fundamentos econômicos.

O Efeito Devastador nas “Sete Magníficas”

O desempenho dos mercados foi especialmente comprometido pela queda acentuada das chamadas "Magnificent Seven", um grupo de sete gigantes do setor de tecnologia que liderou os ganhos nos últimos anos: Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.

Essas empresas perderam US$ 1 trilhão em valor de mercado apenas na quinta-feira, com uma queda adicional de US$ 802 bilhões na sexta — um total impressionante de US$ 1,8 trilhão em dois dias. A Apple, apesar de continuar sendo a empresa mais valiosa do mundo, viu seu valor de mercado encolher em US$ 500 bilhões nesse período.

Perda de Valor em Escala Histórica

Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, o total de perdas das empresas listadas nas bolsas norte-americanas entre quinta e sexta-feira ultrapassou US$ 6 trilhões. Se somarmos os prejuízos desde que Trump assumiu a presidência, o número salta para US$ 9,81 trilhões em destruição de valor de mercado.

Esse movimento de desvalorização não é apenas uma correção técnica: ele representa uma reação sistêmica dos mercados à incerteza regulatória, à perda de previsibilidade e à ameaça de contração econômica global.

O Tarifaço e a Retaliação da China

O estopim dessa nova fase da crise foi a resposta da China às tarifas impostas pelos EUA. Nesta sexta-feira (4), o governo chinês anunciou uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos, equivalente à tarifa detalhada por Trump na quarta-feira (2).

Essa movimentação foi interpretada como o início de uma nova escalada na guerra comercial, levando os investidores a reagirem com venda generalizada de ativos de risco.

Efeitos Colaterais no Brasil e no Mundo

Além dos Estados Unidos, as bolsas da Europa, Ásia e América Latina também recuaram fortemente. No Brasil, o impacto foi visível com:

  • Dólar em forte alta

  • Ibovespa em queda acentuada

  • Aumento do risco-país e aversão a mercados emergentes

A imposição de tarifas em escala global gera um efeito cascata: reduz a demanda internacional, pressiona os preços de commodities e encarece produtos industrializados, alimentando a inflação em diversos mercados e exigindo uma política monetária mais restritiva.

Trump, Tarifas e o “Dia da Libertação”

Donald Trump justificou as tarifas como uma forma de proteger a indústria norte-americana. Em pronunciamento, afirmou que os EUA aplicarão tarifas equivalentes a pelo menos 50% daquelas cobradas por outros países sobre produtos americanos, utilizando como base os déficits comerciais.

As regiões mais afetadas foram Ásia e Oriente Médio, com tarifas superando 40%, seguidas pela Europa. O Brasil, por sua vez, foi classificado com tarifa mais moderada, de 10% sobre todas as importações.

Trump chamou o anúncio de “Dia da Libertação”, um marco que, segundo ele, livraria os Estados Unidos da dependência de produtos estrangeiros.


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