Agricultores franceses iniciaram na segunda-feira (29) bloqueios de estradas ao redor de Paris, em protesto contra os baixos preços dos alimentos, impostos elevados e excesso de burocracia. Os protestos, convocados pela Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), ameaçam paralisar a capital francesa.
Os agricultores bloquearam as principais rodovias que ligam Paris às cidades de Lille, no norte do país, e à Bélgica. Os bloqueios também afetaram o transporte público, causando atrasos e cancelamentos de trens e ônibus.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu seu gabinete de crise na segunda-feira para discutir os protestos. O governo anunciou uma série de medidas para tentar aliviar a crise com a categoria, incluindo um aumento de 15% no preço mínimo do leite e um programa de apoio financeiro para os agricultores.
No entanto, os sindicatos agrícolas afirmam que as medidas não são suficientes e que exigem um aumento de 25% no preço mínimo do leite e a redução dos impostos sobre os combustíveis e os insumos agrícolas.
Os protestos dos agricultores são o mais recente desafio para o governo Macron, que enfrenta uma série de crises, incluindo a inflação, a guerra na Ucrânia e os protestos dos coletes amarelos.
Impacto dos bloqueios
Os bloqueios dos agricultores já estão causando impacto na economia francesa. As empresas de transporte estão relatando perdas de receita e os consumidores estão enfrentando dificuldades para chegar ao trabalho ou às compras.
O governo francês estima que os bloqueios estão custando ao país cerca de 1 bilhão de euros por dia.
Esperanças de acordo
A FNSEA afirma que está disposta a negociar com o governo, mas que não desistirá dos protestos até que suas demandas sejam atendidas.
O governo Macron também está aberto a negociações, mas afirma que não cederá a todas as exigências dos agricultores.
As negociações entre as duas partes estão previstas para começar na terça-feira (30).