O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, para conversas após o jornal americano The New York Times revelar que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficou hospedado dois dias na embaixada do país em Brasília logo após ter o passaporte apreendido. A estadia ocorreu entre os dias 12 e 14 de fevereiro. No dia 8 daquele mês, Bolsonaro havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de estado, na qual os policiais federais apreenderam o passaporte do ex-presidente no escritório do Partido Liberal (PL).
A defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente ficou dois dias hospedado na embaixada “a convite”. Durante esse período, ele conversou com diversas autoridades húngaras, atualizando os cenários políticos das duas nações. A Polícia Federal (PF) vai apurar as circunstâncias da visita, considerando que o ex-presidente não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira que o recepcionasse, uma vez que esses endereços estão legalmente fora da área de atuação das autoridades locais.
O The New York Times destaca a relação de amizade entre Bolsonaro e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, citando uma visita do então presidente brasileiro ao país europeu em 2022, ocasião em que Bolsonaro chamou Orbán de “irmão”. Em dezembro de 2023, os dois se encontraram na posse de Javier Milei, também um ultradireitista, como presidente da Argentina. No dia 8 de fevereiro, horas após a operação da PF contra Bolsonaro e dias antes de o ex-presidente passar as duas noites na embaixada da Hungria, Viktor Orbán utilizou uma rede social para declarar apoio ao amigo, postando uma foto com Bolsonaro e a seguinte legenda: “Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente Jair Bolsonaro” .
Essa situação envolvendo a estadia de Bolsonaro na embaixada húngara é um assunto de grande relevância e está sendo acompanhado de perto pela comunidade internacional.